
-Sua boca está derrentendo.
-Que?
-Sua boca, tá esquisita.
-Ah me desculpe, por favor me desculpe.
Um pouco envergonhado ele pegou um lenço xadrez do bolso e retirou o sangue e a gosma que escorriam. Eu preferia estar esparramada no sofá eu acho, mas aquela conversa estava tão estranha- talvez vazia, e quem sabe meses depois eu lembraria dela bebendo sozinha. Falava falava falava. Seus olhos mudavam de cor junto à luz do poste. E seu rosto assim como o meu estava cheio de manchas pretas, era o reflexo chuvoso no vidro do carro. Elas se movimentavam a todo o segundo, parecia uma animação tosca, me fazia bem, e lá ao fundo sua voz me dava um sono... dormência sono prazer, era a primeira vez que um homem de fato me proporcionava something deep.
Eu sentia frio e como por telepatia você me abraçava, seu cheiro percorria um caminho de quatro segundos no meu corpo e eu te beijava. eu gosto muito de beijar seu olho. –É beijo de borboleta, assim ó- encostando os cilhos na minha bochecha. E eu te percorria com minha boca, meus dentes.Você mudava de cor.
-Are you with me? –Just when you sleep.
